Empresário maranhense é um dos grandes destaques do MasterCana Norte-Nordeste 2023
Antônio Celso Izar, presidente da Usina Maity, do Maranhão, foi um dos 16 premiados na categoria Destaques Pessoais do Prêmio MasterCana Norte-Nordeste 2023, promovido pela ProCana Brasil, realizado na noite do dia 30, no Spettus Premium, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Ele levou o prêmio de Empresário do Ano. A mesma usina também levou o prêmio de Área Agrícola (Performance), na categoria Usina/Destilaria do Ano.
Em um discurso de agradecimento de quase 12 minutos, Antônio Celso narrou as dificuldades pelas quais passou quando chegou ao Maranhão, há 30 anos, até a superação e o quanto seus negócios modificaram para melhor a vida dos habitantes de Campestre do Maranhão, no Oeste maranhense, onde fica a Maity.
Segundo o empresário, a usina dele foi pioneira no Estado por ter sido a única unidade do Proálcool (Programa Nacional do Álcool), iniciativa do governo brasileiro de intensificar a produção de álcool combustível (etanol) para substituir a gasolina, em 1975. “A Maity fazia parte das últimas 25 unidades do Proálcool, que foi extinto em 1985, e só a Maity sobreviveu a todas as crises que vieram”, recordou.
Ao se referir ao início dos negócios no Maranhão, Celso, que é de São Paulo, disse que tentou convencer a sociedade local que o empreendimento dele havia chegado àquele lugar, “onde existia gente passando fome em cima das terras mais férteis que se possa querer”, para mudar aquela realidade.
“Começamos a implantação do projeto, criamos carteira de trabalho onde não existia”, disse Celso. Quando chegou à Campestre do Maranhão, em 1990, o município tinha um percentual de 59% de analfabetos.“Hoje, tem só 15%”, destacou.
Ele disse, ainda, que 95% das crianças estão matriculadas em escolas de Primeiro Grau. Ainda segundo o empresário, o povoado contava com apenas 800 habitantes e foi emancipado quatro anos depois. Hoje, são 15 mil habitantes.
“Os indicadores eram péssimos, e hoje nós temos três teses, duas de mestrado e uma de doutorado, pela PUC de São Paulo, levando em conta o estudo do nosso desafio e da nossa vitória”, afirmou.
De acordo com Antonio Celso, a Maity tem uma presença muito forte no Maranhão, com 1.400 funcionários em uma cidade que está entre as 20 melhores daquele Estado. “Era um povoado miserável quando chegamos. Cem por centro das residências eram de barro cobertas de palha. Não se encontra mais nenhuma residência desse tipo no município”, lembrou.
O ambiente canavieiro do Nordeste, para ele, é modelo. “Trato meu produtor de cana, meu fornecedor como amigo. É uma relação de aliança estratégica. Ele faz parte da minha vida, da minha empresa. Meu fornecedor de cana ou de qualquer outro produto, meu cliente, é parte da minha história, parte da minha vida”, afirmou.
Ao final do discurso, Antônio Celso destacou sua emoção por estar sendo premiado no Nordeste, principalmente em Pernambuco, onde, segundo ele, deu-se o início da abolição escravatura, e lembrou da importância do abolicionista pernambucano Joaquim Nabuco nesse processo. “Sou encantado com a história da questão social que a cana dá”, finalizou.
Fonte: Folha de Pernambuco